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Renan Calheiros e os Caldas: aproximação real ou teatro político?

A entrega da pavimentação da Serra da Catita, em Ibateguara, nesta segunda-feira (18), movimentou os bastidores da política alagoana — e não apenas pelo impacto da obra.

Sem a presença de JHC e Arthur Lira, seus dois maiores adversários no estado, Renan Calheiros aproveitou a ocasião para elogiar publicamente o prefeito de Maceió e seu pai, João Caldas, reconhecendo a participação de ambos na viabilização do projeto. O gesto inesperado levantou especulações sobre uma possível reaproximação entre grupos historicamente rivais.

Mas essa não foi a primeira vez, nos últimos dias, que o senador fez um movimento nessa direção. Durante sua fala, ele reforçou o papel dos Caldas no projeto, destacando o envolvimento de João Caldas no início da obra e, depois, de JHC.

A estrada, que liga a Zona da Mata ao Norte do estado, começou a ser construída há 20 anos. Agora, a obra foi concluída sob a gestão do governo federal e do ministro dos Transportes, Renan Filho. Em seu discurso, Renan Calheiros pontuou:

“Essa obra muito importante para o estado contou inicialmente com a decisiva participação do deputado João Caldas e, na sequência, com a participação do deputado JHC. Agora, 20 anos depois, o ministro Renan Filho e o governo federal tornam esse sonho uma realidade.”

A fala, vinda de um político experiente e pragmático, logo gerou especulações. Seria um aceno para negociações futuras ou apenas um gesto institucional?

Movimento estratégico ou cena ensaiada?

Nos bastidores, há quem veja a fala de Renan como parte de um cálculo político mais amplo. Um dos pontos levantados é a possível nomeação de Adriana Caldas, tia de JHC, para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Uma reaproximação entre os grupos poderia facilitar essa articulação nos corredores de Brasília.

Além disso, com as eleições de 2026 no horizonte, Renan Calheiros pode estar testando novos caminhos. Sem JHC e Arthur Lira como obstáculos diretos no evento, o emedebista estaria sondando possibilidades para um realinhamento político no estado?

Apesar da movimentação, o ceticismo ainda domina as análises. Um integrante do grupo adversário de Renan afirmou: “Não há caldista que acredite nisso.” Nem mesmo João Caldas, o senador adjunto, demonstraria confiança em um acerto com o emedebista. Afinal, qualquer acordo com Renan precisa ser bom para ele e o Filho.

Diante disso, fica a pergunta: Renan Calheiros está dando um passo real para um novo pacto político em Alagoas ou apenas encenando mais um ato de sua estratégia?

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