O descaso ficou evidente na final do Campeonato Alagoano entre CRB e ASA, quando o presidente da Câmara de Maceió, Chico Filho, registrou imagens e denunciou a precariedade. “São mais de dois anos de uma reforma parada. O torcedor merece respeito, os clubes merecem respeito! Até quando vamos fingir que esse problema não existe?”, cobrou.

Os problemas são antigos. No início de 2025, o estádio foi considerado inviável para sediar um jogo do Flamengo pelo Campeonato Carioca. A interdição de áreas e a falta de segurança impediram o evento, deixando Alagoas fora dos holofotes. Na Câmara Municipal, o tema gerou cobranças. Eduardo Canuto exigiu um plano emergencial. “O Rei Pelé é o maior palco esportivo de Alagoas, mas hoje é o retrato da falta de investimento e cuidado.” Já Kelmann Vieira denunciou pressões contra quem expõe a situação: “O estádio está caindo aos pedaços e nada é feito. Quem denuncia, sofre pressão para que tudo seja jogado debaixo do tapete.”

Os torcedores também se revoltam. “É cada vez pior. Estrutura com problemas, remendo nas grades, zero conforto.” Outro desabafa: “A administração do Rei Pelé vem deixando muito a desejar. Até o carro-maca ‘sumiu’. O placar já está precário de novo.” E há quem sugira uma solução radical: “Tem que demolir! O estádio está parado no tempo, cheio de lodo, banheiros sofríveis e logística de filme de terror.”

A crise também é política. O PCdoB administra o estádio há 10 anos, mas perdeu espaço no governo Paulo Dantas. Desde 2013, nenhuma grande reforma foi feita. Agora, o partido vê sua influência diminuir, enquanto o torcedor segue enfrentando riscos. Diante das críticas, a Secretaria de Esporte foi procurada, mas informou que, por enquanto, não emitirá nota oficial. Enquanto nada muda, o abandono persiste no principal estádio de Alagoas.